Ira, que é um termo de origem latina, refere-se à fúria e à violência. Trata-se de uma paixão da alma que causa raiva e indignação. Exemplos: “O gesto do dianteiro despertou a fúria dos simpatizantes rivais”, “O empresário viveu um dia de fúria: em primeiro, insultou um transeunte, depois, empurrou um vizinho e, finalmente, agrediu um polícia”, “O erro do árbitro motivou a fúria das pessoas da plateia, que não hesitou em atirar objectos cortantes para o campo”.
A psicologia recomenda a não reprimir a raiva e a canalizar a ira de alguma forma; caso contrário, se essa paixão ficar no interior do sujeito, pode acabar em doença. A religião, contudo, costuma aconselhar a conter a ira para evitar confrontos com o próximo. Existe, por conseguinte, uma espécie de debate entre a possibilidade ou não de reprimir a ira sem que esta afecte a pessoa.
Para o catolicismo, a ira é um dos sete pecados capitais. Esta ira pode manifestar-se contra a própria pessoa (através do suicídio ou da autoflagelação) ou contra os demais (reflectida em confrontos, pancada ou até assassinatos). Em ambos os casos, são condenados pelos preceitos religiosos.
A ira pode estar, inclusive, predisposta por algum factor genético ou biológico. O cansaço, as alterações hormonais, os problemas sexuais, a depressão ou a fome incidem nas reacções que manifestam ira.
Cabe destacar que, num sentido simbólico, a ira pode transcender as emoções humanas. Deste modo, a natureza pode “expressar” a ira através de fenómenos violentos: “A ira da natureza causou ondas de mais de 10 metros de altura que arrasaram cidades inteiras”.